Violeta Extravagante
Querido Diário,

Ao ler esta notícia do Público não resisti a  contar -te como a Biblioteca de Beja me influênciou na minha vida  pessoal e profissional.

Na Biblioteca de Beja aprendi a ver a instituição biblioteca com outros olhos. Aquela imagem que eu, e muita gente tinha, (infelizmente ainda há quem tenha) de a biblioteca ser apenas um espaço de depósito de livros velhos amarelos e bolorentos, onde se andava de bicos de pés e em silêncio - como se os livros estivessem a dormir ou doentes e não pudessem ser incomodados; onde os livros estavam fechados - como se estivessem presos, isso na Biblioteca de Beja, há muitos e muitos anos que já era.

Na Biblioteca de Beja, aprendi que podia ler outros livros que não os meus, que ao levar para casa um livro emprestado podia levar para casa um livro que era Top de leitura de um certo mês. Aguçava a curiosidade saber que tantas pessoas o tinham lido...

Na Biblioteca de Beja, aprendi que os livros são para ser mexidos, folheados até marcados com os mais variadíssimos marcadores.
Aprendi também, que uma Biblioteca Pública tem e deve ser um espaço vivo, dinâmico, onde para além de haver o barulho normal de um espaço utilizado por muita gente, os livros também fazem barulho, os livros também estão vivos e de boa saúde.

Na Biblioteca de Beja, sentimo-nos como se em casa estivéssemos.
Lá reaprendi também, a sonhar, a imaginar, a ouvir contar histórias e também a contá-las, porque antes de haver livros, antes mesmo de alguém aprender a escrever, o conto já andava de boca em boca...

Parabéns à BB, por juntar a columbofilia à poesia numa iniciativa deveras original.



(Fiquei nostálgica, lembrei-me do meu Prof. Joaquim Figueira Mestre, director da BB, escritor e excelente orador, que faleceu cedo de mais, em Maio do ano Passado. Foi ele o culpado do meu desassossego por livros, letras, leituras e bibliotecas)


Beijo e Abraceijo
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