Querido Diário

Há palavras que nos beijam, palavras que nos ferem, outras que nos fazem sonhar, pensar, rir, chorar e por aí fora, neste caminho que percorremos e a que chamamos vida.

Há muito tempo que deixei de ler o Expresso, o facto deve-se apenas por motivos logísticos: são cadernos e mais cadernos de tudo e mais alguma coisa e o jornal tem um formato grande de mais para a minha paciência.
Mas as revistas sempre me interessaram, tanto os temas das entrevistas, as fotos e as crónicas que sempre me surpreenderam na abordagem, fosse pela actualidade, fosse pela originalidade.
Foi com pena minha, e surpresa, que na semana passada li a última crónica da Inês Pedrosa que deixou de escrever para o Expresso por decisão da nova direcção.
Aguçada a curiosidade, a 1ª coisa que fiz ao percorrer a nova Única, foi descobrir qual o cronista que a iria substituir. Nem sei que diga, porque também gosto das "bacoradas" que ele diz, mas trocar a Inês Pedrosa pelo Nuno Markl... nã...
Ao ler a nova crónica, de nome "Miopia & Astigmatismo, S.A." fiquei com a impressão que o estava a ouvir nas manhã da comercial na rubrica Caderneta de Cromos, ao meu ver é apenas mais do mesmo...
Será que pelo facto de a Inês Pedrosa escrever de acordo com a antiga ortografia a trocaram por um Cromo? Isto é o meu mau feitio a vir ao de cima, eu sei. Mas pronto, fiquei chateada ao ver-me privada de um prazer semanal que era ler a "Crónica Feminina", fosse ao domingo na praia, fosse na cama, acompanhada de uma enorme caneca de café com leite nos frios domingos de Inverno, era um prazer que não estava à espera que acabasse tão depressa...
Quando quero ouvir o Nuno Markl e as suas bacoradas, das quais eu até gosto, ligo o rádio ou leio o livro dele, agora privarem-me dos meus pequenos prazeres...não se faz. Ouviu Senhor Director Ricardo Costa??

Querido Diário





Eu sei porque é que os portugueses estão mais optimistas (e também sei que com o novo acordo escreve-se otimistas...mas o blog é meu e escrevo como eu quero).

Os Benfiquistas são 6 milhões, logo, este mês de Fevereiro (ver parêntesis acima) o Glorioso tem feito uma boa, aliás, muito boa prestação. (BENNNNFIIIICAAAAAAAAAAAAA!!).
Assim sendo, andam os benfiquistas contentes e as mulheres destes, que já não têm que aturar as trombas, as murraças nas fuças, e as más respostas dos maridos.
E ainda, estando os benfiquistas contentes, estão também os colegas de trabalho deles, que já não aturam a azia e as caras de bodes dos colegas.

Ficamos então com os pessimistas, que segundo esta (minha) excelente constatação dos factos (" ") só podem ser os Sportinguistas, ainda bem que eles são poucos...senão estavamos lixados que andava tudo de "monco" caido e lá se ia o optimismo.

É que, com a subida de preço do pão, café, combustiveis e de tudo e mais alguma coisa, até dos ordenados dos gestores públicos (parece que o novo mangas de alpaca da REN vai receber 8 mil euros por mês...) ninguém pode ficar optimista...

Querido Diário

Eu nem queria acreditar!! Então não é que um semáforo agrediu um adepto do Benfica?!

Querido Diário

Coitadinha da mãe....
Pois coitadinha, coitadinha daquela mãe que passou a vida dela a fazer as vontadinhas do filho, e passou a vida a dar tudo o que o filho queria ter. Menos a atenção e educação que o filho precisava...


Parece que a internet e as consolas de jogos são os biberons, que os pais lhes metem nas mãos para eles estarem quietinhos e sossegados, sem lhes darem trabalho.

Se nós, entre os 3 e o 5 anos, não mostrarmos autoridade aos nossos filhos - lhe dissermos não com razão -
eles não estão preparados para o ouvir mais tarde...

Um estudo feito em Bristol (agora ouvi o nome), quanto mais horas as crianças estão no comutador, mais doces comem...

O afecto não nasce dentro de nós...cria-se: "parir é dor, criar é amor", se pensamos que por dizer não aos nossos filhos eles não gostam de nós, então, então devíamos era estar quietos ou laquear as trompas...

Sou bruta e crua sim senhor, porque cada vez mais assisto a miúdos mal criados que tratam mal os pais, que não sabem o que é um "faz favor" e um "obrigado".
Cada vez mais (e estou farta de dizer isto) os pais fazem tudo para agradar aos filhos enquanto que deveria ser o contrário; os filhos é que deveriam fazer tudo para agradar aos pais.
Valores, para muitos miúdos são os preços da roupa de marca, do telemóvel ou da consola...
Há que preparar, ensinar, encaminhar os filhos para a vida, e a vida não são só coisas boas, não é ter tudo o que se quer. Há que preparar os filhos para a agruras da vida, para que os homens de amanhã não sejam uns inadaptados, uns revoltados.

O respeito aprende-se não é inato.

Querido Diário

Isto está tudo errado e mal feito, se não, vejamos, (se sim, vejamos também....) devíamos ter sempre uma segunda oportunidade, primeiro vínhamos a este mundo saber como é que isto funcionava tudo, andariamos cá apenas para ver, observar, apreender.
Na segunda vez, aí sim, seria à séria e só faríamos aquilo que gostaríamos mesmo...

E isto tudo porquê? Porque houve um Flash Mob no mercado da ribeira, e eu adorava ter estado lá.



Acredita Diário....até me arrepiei só de imaginar, como seria ter ouvido ópera naquele espaço lindo, maravilhoso e tão informal. Hummm....

É uma injustiça não é? (é aqui que eu enfio o chapéu do Calimero na cabeça, vou para o sofá, cruzo os braços e amuo, penso na #&€§$"@§£% de dia que está hoje, ligo a tv e tungas, de comando na mão,  vejo tudo aquilo que tenho direito!!)

Querido Diário




Tenho costela alentejana, sou touro de signo e tenho "pelo na venta", vulgo mau-feitio.

Fico revoltada com injustiças, e com tudo e mais alguma coisa que prejudique, maltrate, viole, crianças e idosos.

Mas fico de rastos, completamente de rastos, quando morre um filho de alguém...

Nenhum pai deveria assistir à morte de um filho...por algum motivo é que não há uma palavra que o defina!

- Quando perdemos a mãe ou o pai - ficamos órfãos.
- Quando perdemos o conjugue - ficamos viúvos.
- Quando perdemos um filho.... é anti-natura....não há sequer palavra em nenhum dicionário...


Acabei de ouvir a noticia, que um rapaz de 23 anos, morreu de meningite fulminante, foi a enterrar hoje....andava no 5º ano de engenharia civil...

Não consigo ficar indiferente à dor destes pais, à sua revolta, mas aqui no meu cantinho, sinto-me envergonhada e egoísta por sentir-me aliviada por não ter sido o meu filho....

Não é justo!!! Nenhum pai deve perder o seu filho!!!

Querido Diário




Andei enganada estes anos todos...
Pensava eu, na minha ignorância, que o atraso, que a corrupção, que o compadrio que se verificam em qualquer serviço público deste lindo e maravilhoso país, era original. Que seriamos nós que o inventámos.
Pois que não, pois somos é uns excelentes e acérrimos seguidores do principio de Peter.
Princípio este que está fundamentado matematicamente (que eu não vou aqui traduzir porque nã me apetece, quem quiser escarafunchar o assunto é só clicar) que basicamente diz isto :



Ora Scott Adams, baseou-se no Principio de Peter e criou o Principio de Dilbert:





 




Bem, quem é que, não passou por uma situação destas, ou não conhece alguém que já passou por isto?


PS: Nota-se assim muito que vou ter uma reunião??

Querido Diário

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Não acho piada nenhuma ao Dia dos Namorados...
Nem é por hoje estar doentinha (quando estou doente fico com "mau-feitio"...ou pior).
Mas, a obrigação de preparar alguma coisa num dia específico, faz-me parecer um carneiro (não tenho nada contra o bichinho, até gosto de um bom ensopado do dito...)
Como hoje se comemora o Dia dos Namorados, e como eu sou pelos oprimidos, ostracizados e pelas minorias, deixo aqui uma sugestão de leitura para aqueles que hoje não tem namorado e nem se importam com isso, para aqueles que embora sós, não sentem a solidão, para aqueles que embora sós, continuam a acreditar no amor.

PS: Agora, vou matar a cabeça para fazer uma surpresa ao meu mais que tudo; (é que ele gosta de celebrar este dia...e eu gosto de o ver feliz) tendo em conta que estou com dores no corpo todo, febre e que quando estou assim para o engripado tenho sempre tudo o que tenho direito - não deve sair lá grande coisa desta cabecinha, logo se vê...

Querido Diário


Acompanho há muitos anos as crónicas da Cidália (o Sexo e a Cidália), que saem aos sábados na revista NS.
Ora na NS de hoje a Cidália fala da morte da actriz Maria Schneider. E de muito mais, de hipocrisia, de tristeza, de intolerância...
Só lendo mesmo...

Quando a acabei de ler, só tive pena de uma coisa: gostava que esta crónica fosse lida em voz alta, lida aos quatro ventos de uma sociedade hipócrita que teima em fechar os olhos quando lhe convém e em humilhar quando lhe apetece.


Mas, embora eu a tenha lido, vou aplaudi-la de pé e gritar BRAVO.

Obrigada Cidália.

Querido Diário

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Não sei mesmo como começar isto...a sério. Estou aqui à volta das teclas, de um lado para o outro, utilizando desalmadamente as teclas Del e Bk Sp...

Enquanto fazia o jantar e os meus homens viam a bola (semana sim, semana não, janta-se tarde cá em casa...) olhava distraidamente e de esguelha, dos tachos para a televisão e vice-versa.
A seguir ao Jornal da Noite da SIC, começou "Histórias do Mundo", um programa de autoria de Augusto Madureira que vejo quando calha e quando me lembro.

• Saber que a cada 3 minutos uma criança é violada na África do Sul e que os violadores quando são apanhados pela policia, pagam uma pequena fiança e voltam em liberdade para continuarem a violar por vezes as mesmas vítimas....Ver  olhar de medo e de desespero daquelas meninas, deixou-me com a alma amarrotada, a garganta seca.

Saber como são tratadas na Bulgária, crianças com deficiências, abandonadas em orfanatos (abandonadas pelos pais, já de si impensavel...) que as tratam pior do que se trata um animal...

• Ver que as crianças estão horas nos bacios...completamente esquecidas
• Saber que são os homens que vão dar banho ás meninas (sabe-se lá o que lhe fazem...)
• Ver uma criança que gritava com dores numa perna, apenas lhe meterem uma pomada...passados não sei quantos dias repararem que poderia ser partida, e era mesmo partida...
• Ver uma menina que entrou a falar, a saber ler e escrever - escrevia cartas à sua mãe, que não tinham resposta, pois nem eram enviadas -  que sabia a data do seu nascimento e a data em que a sua mãe a abandonou lá no orfanato, passado tempo, esta menina já não falava, apenas balançava o corpo, o rosto sem expressão...

Nem, quando no fim da reportagem, fiquei a saber que estas crianças tiveram a sorte de irem para outra instituição onde são tratadas como devem ser, nem aí parei de chorar, nem aí a angustia, a impotência, a revolta, e o choque passaram...
Ainda agora enquanto "teclo" isto as lágrimas teimam em cair...

Parece que estas situações só acontecem nos filmes....