Querido Diário
Tenho uma mania que é ler as revistas de trás para a frente. Cada um com a sua e eu até tenho muitas...
Estava eu a folhear a
TABU - de trás para a frente, pois claro - quando vejo a entrevista de 6 páginas a
Valter Hugo Mãe.
Lia-a num ápice e fiquei com o coração cheio, a abarrotar de ternura, de admiração pelo autor do livro que ando a ler:
O filho de mil homens.
Acabei de ler a entrevista, fiquei feliz e agradecida, por momentos pensativa. Respirei fundo, mudei de pensamentos e de página, da direita para a esquerda, claro.
Dei de caras logo com
Ficheiros Secretos de
Luís Osório. Se há pessoas que escrevem bem, se há pessoas que não tem medo de mostrar emoções, fraquezas medos e vergonhas, assim escancaradas nas páginas de uma revista, Luís Osório é uma delas.
E eu gosto muito de o ler.
Uma carta ao mais FUNDO DOS FUNDOS (nome da crónica desta semana) é uma homenagem ao seu amigo
João Aguardela, fundador dos
Sitiados. Sentida, sofrida. No fundo é um pedido de desculpas ao amigo que partiu cedo de mais. É tão bonito que qualquer coisa que eu escreva/diga não é suficiente e até pode estragar...
Deixo aqui o fim:
"...
Vou-me então. Com o peso enorme de uma não despedida. Que ficará para sempre. Não estive, não telefonei, não fiz. A notícia abalou-me, mas como se pertencesse a um fundo de mim, já não à superfície. Um equivoco maior. Em nós, o que julgamos pertencer ao fundos dos fundos, num repente assalta-nos a superfície e rouba-nos todas as certezas.
Não há outro caminho que não o de regar o que somos. De regar o cemitério privativo que cada um de nós tem dentro de si. São os nossos. É o que de mais valioso temos. Até já, João."
Lindo...Maravilhoso...
Vá, agora vão lá comprar o SOL, ou aproveitem o sol e dêm um passeio até à Biblioteca Pública mais próxima e deliciem-se como eu a ler a
TABU que está aqui à minha espera para a acabar de ler...